Mais OLEIROS

Conhecimento, técnica e espírito de iniciativa para um concelho de Oleiros com mais futuro.

Nome:
Localização: Estreito, Oleiros, Portugal

28 junho 2005

Gastronomia (2)

Cabrito Estonado

Receita

Recebida a devida autorização da Verbo, aqui fica a reprodução da receita do Cabrito Estonado, da Cozinha Tradicional Portuguesa, obra de Maria de Lurdes Modesto, publicada por aquela editora.

Cabrito Estonado à Moda de Oleiros

Para 8 pessoas

1 cabrito muito novo; 100 g de presunto; 200 g de banha; 1 ramo de salsa; 1 folha de louro; 4 a 5 dentes de alho; 2,5 dl de vinho branco; sal e pimenta
Escolhe-se um cabrito gordo, mas que não tenha mais de um mês e meio. Depois de morto estona-se, isto é, mergulha-se o cabrito por partes em água a ferver e pela-se à medida que se vai escaldando. Os pêlos são puxados com a ajuda de um pano grosso ou sarapilheira e ajudando também esfregando com uma faca, mas com cuidado para não romper a pele. Esta fica com o aspecto da pele do leitão. Depois de estonado o cabrito, retiram-se-lhe as vísceras através de uma pequena abertura na barriga. Lava-se muito bem o cabrito e põe-se a escorrer de um dia para o outro. No dia seguinte barra-se o cabrito interior e exteriormente com uma papa feita com os dentes de alho, sal, pimenta e vinho branco. Cortam-se os "miúdos" do cabrito em bocadinhos. Junta-se o presunto também cortado em bocadinhos, salsa e louro. Junta-se a este recheio um pouco da papa com que o cabrito foi barrado e recheia-se este pela abertura, que depois se cose com agulha e linha. Deixa-se ficar assim em repouso durante algumas horas. Barra-se o cabrito com a banha e coloca-se numa assadeira, dentro da qual se colocaram alguns paus de loureiro cruzados, fazendo grelha. Leva-se a assar em forno bem quente. Quando estiver tostado de um dos lados, vira-se e deixa-se assar do outro. A pele deverá ficar tostada como a do leitão. Serve-se quente ou frio e acompanha-se com batatas fritas e salada. Se se preferir o cabrito quente, deve-se servir o molho à parte.

(Maria de Lurdes Modesto descreve, ainda, duas variantes para o recheio, uma do Fundão e outra de Alcains)

23 junho 2005




Cultura do Linho - Mangual


Cultura do Linho - Fiando na roca


Cultura do Linho - Urdideira


Cultura do Linho - Sedeiro


Cultura do Linho - Espadel


Cultura do Linho - Peça no Tear


Cultura do Linho - Estrigas


Cultura do Linho - Tear


Cultura do Linho

Linho (2)


Por deferência da Escola EB23 de Castelo Branco, publica-se aqui o trabalho a que se fez referência anteriormente, sobre o trabalho do linho.


"O linho é também uma cultura que desde sempre se integrou na vida das gentes de Castelo Branco. Cultura esta que hoje se vê restringida apenas a algumas pessoas que por gosto ainda cultivam, esta planta o trabalham de forma tradicional. Desde a Idade Média que o linho se afirmou como um dos vectores de economia de auto-subsistência, o linho constitui uma cultura em que se baseou de forma criativa quer o vestuário, quer outras aplicações mais artísticas. Até há alguns anos, em quase todas as localidades, as actividades artesanais da preparação do linho eram significativas. A produção do linho tem hoje menor expressão, já o algodão, mais barato e acessível, veio ocupar o lugar de utilização e de aplicação de todos os dias. Contudo, ainda é cultivado e existem muitos teares que preparam os tecidos para aplicações de privilégio em artesanato artístico. Quanto ao ciclo de produção, convém referir que é lançado à terra em Outubro, se é mourisco, ou em Abril se é galego. Em Junho começa a amarelecer e a deixar cair a flor, seguindo-se a colheita (o arranque). Depois de algum tempo com a raiz ao sol, é passado pelo ripanço, para deixar através dos dentes afiados o seu fruto, ou seja a sua baganha. Esta volta para o sol para secar completamente, e estalando deixar livre a linhaça (semente). Depois de bem seco, o linho é encaminhado para a ribeira ou poços para ser alagado sob o peso de pedregulho entrando na fase de curtimento ou maceração. Só depois volta para o sol para enrijar, de modo que possa seguir-se todo num conjunto de fases que o hão-de tornar o tecido fresco e saudável, quase sagrado.


1ªParte do Processo:
“Os tormentos do linho"


Operação de maçar. Separar as fibras lenhosas das fibras têxteis. O linho antes de ser maçado com o maço, deve ser exposto ao sol até ficar bem esquecido, a fim de facilitar a operação.


Operação de tascar. Continua-se separando a parte lenhosa, o «tasco», da parte fibrosa, o linho, secundando a maçagem.


Operação de espadelar ou limpar o linho. Batendo de raspão com a
espadela, ou espadeladouro, de encontro a um cortiço, que deve chegar à cintura da espadeladeira. Nesta fase limpam-se as fibras do linho das arestas e dos tomentos que ficaram. As arestas irão ser aproveitadas para estrume, enquanto os tomentos irão dar a estopa.



2ª Parte do Processo:
Período “amoroso do linho”



Operação de assedar. Separar as fibras, a estopa, passando as estrigas levemente pelo sedeiro, tornando o linho leve e macio como seda. Numa segunda passagem pelo sedeiro, o linho larga a estopinha, ficando ainda mais fino. Os sedeiros são peças de madeira com duas ordens dentes uns mais finos outros mais grossos.
Linheiras fazendo as estrigas, O linho espadelado, é dobrado ao meio, torcido e enrolado em trança, formando as estrigas, que irão revestir a roca.


Encher a roca. O linho é enrolado na roca para mais tarde ser fiado.


Fiar. O fio deve passar perto da boca para se ir humedecendo com saliva o que facilita a torcedura ficando o fio mais resistente.



Urdir. Operação preparatória da tecelagem que consiste em dispor os fios paralelamente uns aos outros formando a teia.


Fazer os liços. Dispor entre duas travessas de madeira os liçarois, através dos quais passa a urdidura do tear e que se ou se baixam por meio de pedais, a cada passagem da lançadeira.


Empeirar. Por a teia para começar a tecedura.


Tear. É já com o tear já pronto que se fazem as maravilhosas peças de linho com bordados maravilhosos, e de uma diversidade quase impossível de igualar".




(in Gente e Culturas de Castelo Branco, Trabalho de Pesquisa realizado pelos alunos,
orientado pelos Professores Isabel Pires e António Mateus, Área de Projecto – 5ºD—2002/2003, Escola EB23 de Castelo Branco, http://213.228.159.3/trabalhos/trabalhos%2002-03/AP5D0203/default.htm)

21 junho 2005

Linho (1)



Quem quiser relembrar a tradição perdida do trabalho do linho pode fazê-lo visitando o seguinte site:
http://213.228.159.3/trabalhos/trabalhos%2002-03/AP5D0203/CulturaLinho.htm

20 junho 2005

Gastronomia (1)
Cozinha Tradicional Portuguesa

Nesta obra de Maria de Lurdes Modesto, vem publicada (página 122) a receita do cabrito estonado à moda de Oleiros. A autora desta obra regista aí muitas receitas dos milhares que recolheu para o concurso que, em 1961, apresentou na RTP, de cozinha e doçaria regional portuguesa. Podem encontrar-se aí outras interessantes e saborosas receitas.
Pode ser adquirido por € 52,37 (ver http://pt.livra.com/topic.asp?To=30115.) Foi editado em 1982, pela Verbo.

19 junho 2005


Solar dos Viscondes de Oleiros em Castelo Branco. Como todos sabem, é a actual sede da Câmara Municipal da cidade, de cujo site foi recolhida. Pode ser vista em http://www.cm-castelobranco.pt/turismo/t_turismo.htm , escolhendo a visita virtual, zona 4, câmara municipal.


Quadro Célebre de Klimt, "O beijo".


Quadro célebre de Vermeer, pintor Holandês (1632-1675) - Rapariga com brinco

18 junho 2005


Torre da Igreja Velha de Estreito. Também recolhida em www.eb1-estreito.rcts.pt .
Junto da torre encontrava-se a pia batismal. Ainda que sem mostradores, a torre estava equipada com um relógio, de pesos.
A igreja foi demolida após a inauguração da igreja nova.
Para recolha de verbas para a nova obra, foram vendidos os altares desta velha igreja, designadamente ao Museu Tavares Proença Júnior, de Castelo Branco, onde chegaram a estar em exibição parte dessas obras de arte sacra. Depois da remodelação desse museu, não estão aí expostas quaisquer dessas peças. Estarão no museu da Misericórdia de Castelo Branco. Não seria de pensar em recomprar essas peças para voltarem à sua origem?


Igreja Nova - Estreito. Inaugurada em 1972. Fotografia recolhida do site da Escolha Básica de Estreito www.eb1-estreito.rcts.pt .
À época, foi polémica a escolha desta localização. Ficava longe e num bairro de gente pobre, dizia-se. Constata-se hoje que a escolha foi acertada. O espaço é amplo. Foi aberta a rua do adro antigo para a nova igreja. O bairro e a área estão desenvolvidos e com um urbanismo agradável.


Hotel Veneza-Lisboa. Residência de Adriano Barata Salgueiro em Lisboa. Nasceu em Álvaro-Oleiros. Viveu em Lisboa, onde foi advogado prestigiado. Deu nome à Rua Barata Salgueiro que entronca na Avenida da Liberdade para cuja construção deu terrenos. Nasceu e morreu no século XIX. Para mais informação, ver enciclopédia Lexicoteca, Círculo de Leitores.

17 junho 2005

Pe. ANTÓNIO DE ANDRADE



Pintura na Sociedade de Geografia de Lisboa, reproduzida na
NATIONAL GEOGRAFIC. Maio 2002 (É de consultar. Interessante sobre o Tibete e o "Pioneiro" P.e António de Andrade. Ver no Arquivo, em www.nationalgeographic.pt).


Amizade




Poesia 2

Livros - Divulgação





1. Madeirã - Freguesia Serrana da Beira Baixa,



2000, Luísa Villarinho, Grupo dos Amigos da Freguesia da Madeirã

11 junho 2005

Ideias para trabalhos e estudos

Para concretizar a ideia do tipo de colaboração e resultados que se pretendem obter neste espaço, indicam-se algumas áreas onde seria interessante trabalhar:

1. Monografia sobre a igreja de Estreito (conhecimento da história da sua construção e divulação da obra arquitectónica);

2. Recenseamento de fontes de memória histórica das várias localidades, freguesias e concelho de Oleiros;

3. Recolha e registo de tradições (sociais, religiosas, económicas);

4. Biografias de gente notável;

5. História da imprensa local;

6. História das paróquias;

7. História da gestão das freguesias e da câmara municipal;

8. Recolha da gastronomia;

9. Acontecimentos e efemérides relevantes;

10. Arquitectura local;

11. Trajes locais;

12. História da economia local;

13. Povoamento do território e estruturação fundiária;

14. História e dados do ensino;

15. Invasões francesas - lenda ou realidade;

16. Toponímias;

17. Problemas e práticas de saúde;

18. Jogos tradicionais;

19. Vias de comunicação;

20. Associativismo.

Se a dinâmica vier a justificar e as condições para tal se reunirem, do simples blogue evoluir-se-á para uma página de Internete.

Vamos a isto.

10 junho 2005

Oleiros tem futuro

Como todos, preocupo-me com o futuro. O futuro contrói-se com o conhecimento. Constrói-se passo a passo, a partir do presente. Passos sólidos são firmes e decididos. Assentes na reflexão e no saber.

O futuro depende das pessoas. De todos. Dos que estão nas aldeias, nas povoações, na sede do concelho, mas também daqueles que se espalharam pelo país e pelo mundo. Dos que trabalham ou trabalharam nos campos, nos serviços, nas indústrias, dos que empreendem, dos que estudam, ensinam, reflectem. Dos que olham a vida e os seus desafios com coragem e a transmitem aos que encontram em seu redor.

Neste espaço, pretende-se reunir e divulgar conhecimento científico e técnico que possa contribuir para um futuro mais risonho das pessoas e comunidades com origem no concelho de Oleiros.

Pretende-se, igualmente, a divulgação cultural, no sentido mais estrito do termo.

Registar-se-ão sucessos de pessoas e instituições e publicar-se-ão estudos e outros trabalhos que pareçam relevantes do ponto de vista científico, técnico, económico e cultural, sobretudo se relativos ao concelho de Oleiros.

As condições de participação serão:
- mínimo de qualidade científico ou técnica;
- identificação do autor;
- valorização de interesses do concelho ou das pessoas a ele ligadas, por nascimento, residência, ou simples amizade;
- cedência de direitos de publicação no blogue e reprodução na imprensa ou em livro.

A decisão de publicação será da administração do blogue.
Não serão publicadas intervenções de carácter político-partidário. Não se aceitarão textos cujos visados possam interpretá-los, legitimamente, como ataques pessoalizados (sem prejuízo de estabelecimento de espaços de polémica intelectual ou técnica).
Observar-se-á um rigoroso respeito das regras decorrentes dos direitos universais do homem e do cidadão e promover-se-á a sua divulgação e respeito.

Sem prejuízo do direito de crítica, será observada a regra do respeito pelas instituições e seus membros, esperando-se que as mesmas instituições aceitem e disponibilizem cooperação.

Apela-se ao contributo de todos.
Desde já, para integrar uma equipa dinamizadora e de reflexão, apela-se à contribuição de pessoas nas seguintes áreas:
- engenharia; economia; gestão de empresas; agronomia e floresta; informática; medicina; direito; literatura; educação; história; pintura; música; desporto; cultura popular.

Espera-se o contacto e o contributo de profissionais, universitários, estudiosos e empreendedores. Trabalhos colectivos serão incentivados.


Se a experiência vier a ter êxito, as regras serão melhor explicitadas num livro de estilo.


Oleiros, em 10 de Junho de 2005.
João Santos Ramos